Roger Cruz nasceu na cidade de São Paulo em 1971 e foi um dos primeiros desenhistas brasileiros a conseguir trabalhar para o concorrido mercado norte-americano de HQs.
Na Marvel, além de desenhar para a revistas de personagens como Hulk, Surfista Prateado, Homem-Aranha e Motoqueiro Fantasma, foi responsável pela arte de X-Men Alpha e X-Men Omega, edições importantes da série A Era do Apocalipse, além de vários outros números das revistas do grupo de mutantes da editora. Para a DC, Roger Cruz desenhou uma história curta para a revista The Batman Chronicles.
No Brasil, o quadrinista publicou trabalhos nas revistas Wizard, Metal Pesado e a Heavy Metal brasileira. Teve sua obra Xampu lançada pela Devir em 2010 e republicada em três volumes pela Panini, em parceria com a Stout Club, entre 2016 e 2017.
Roger Cruz também foi o desenhista de Turma da Mata - Muralha (2015), graphic MSP produzida em parceria com Artur Fujita e Davi Calil. Entre suas obras autorais, estão ainda Quaisqualigundum (2014), com arte de Calil, Irmandade Bege (2018) e Fabulosos (2019).
A Rika bateu um papo com Roger Cruz sobre os seus quadrinhos e artistas preferidos! Confira:
Roger, você lembra qual foi o primeiro quadrinho que leu?
Pelo que me lembro, foram os gibis dos personagens da Harvey Comics, Riquinho, Gasparzinho e Brasinha, no final dos anos 70. Um dos meus tios tinha uma banca e eu ia para lá de vez em quando e ficava o dia todo lendo os gibis.
Quais foram os outros gibis mais marcantes da sua infância?
Na mesma época, quando eu tinha entre os 8 ou 10 anos, terminava de ler os gibis da Harvey e lia os do Mauricio de Sousa. Como estes tinham pouco texto, comecei a ler os de super-heróis para ocupar o resto do dia em que ficava na banca. Foi assim que comecei a ler Marvel e DC.
O gibi mais marcante dessa época foi A Espada Selvagem de Conan, com os desenhos do John Buscema com arte final do Alfredo Alcala e Tony DeZuniga. Acho que foi com esse time de artistas que me apaixonei por desenho.
E na adolescência, houve alguma mudança no seu gosto por quadrinhos?
Na adolescência, descobri a livraria Muito Prazer na avenida São João. Não lembro exatamente como fui parar lá, mas troquei muitos gibis de super-heróis por quadrinhos europeus da Martins Fontes e undergrounds.
Não sou bom com datas, mas lembro que, quando eu trabalhava no McDonalds com uns 16 ou 17 anos, estava saindo a primeira edição de Cavaleiro das Trevas. Nessa mesma época, escobri a Chiclete com Banana. Mais tarde, a revista Animal.
Houve quadrinhos que o impulsionaram a querer fazer quadrinhos?
Como autor, os quadrinhos da Laerte, Angeli, irmãos Hernandez, Will Eisner, Bill Watterson e Alan Moore me influenciaram bastante.
Roger, você tem roteiristas preferidos?
Laerte, Alan Moore, Will Eisner e Irmãos Hernandez.
E desenhistas?
Desenhistas são muitos. Posso citar Laerte, Jaime Hernandez, Jamie Hewlett, Simon Bisley, Masamune Shirow, Katsuhiro Otomo, Bill Watterson, José Munõz, Moebius, John Buscema, John Byrne, Joe Madureira e Jim Lee como alguns dos meus preferidos.
Quais são seus quadrinhos de super-heróis preferidos?
Não leio super-heróis faz tempo, mas gostava de X-Men, Lobo e dos roteiros do Keith Giffen.
Você trabalhou tanto na indústria americana de super-heróis quanto produzindo obras autorais. Quais quadrinhos autorais você indica para os clientes da Rika?
Love & Rockets, Maus e obras do Will Eisner e Laerte.
Uma revista de quadrinhos preferida?
Roger, quais foram os melhores gibis brasileiros que você leu?
Chiclete com Banana, Piratas do Tietê, revista Animal, em destaque uma edição da revista chamada "O Vira Lata".
O que tem lido ultimamente?
Um pouco da produção nacional independente.