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Raridades! Conheça as revistas do Bidu

Raridades! Conheça as revistas do Bidu

Você sabia que Mauricio de Sousa teve uma revista própria de quadrinhos antes do lançamento de Mônica, em 1970, pela Abril? Isso mesmo! O criador dos personagens de gibis mais famosos do Brasil publicou histórias em duas revistas da editora Continental, nos anos 60.

Em 1959, uma parceria entre Jayme Cortez, Miguel Penteado, Victor Chiodi, Cláudio de Souza, Eli Otávio de Lacerda, Arthur de Oliveira e José Sidekerkis, resultou na Continental, editora que depois viria a se chamar Outubro. A Continental teve um papel importante com suas revistas de terror, publicando gigantes dos quadrinhos como Flávio Colin, Júlio Shimamoto e Nico Rosso, que produziam sob a direção artística de Jayme Cortez.

Antes de publicar as histórias de Bidu, o próprio Mauricio de Sousa tentou produzir uma HQ de terror chamada A Coisa para se encaixar no estilo de publicações da editora. Segundo o próprio Mauricio, "o desenho era uma cópia deslavada, e também muito inferior, do estilo de Alex Raymond, criador do Flash Gordon. O enredo não era grande coisa. Reconheço hoje que era francamente ruim, mas à época julguei que tinha chance". Ao mostrar o quadrinho para Cortez, o artista e editor sugeriu que ele produzisse HQs usando o cachorrinho como personagem, e descartasse sua história macabra.

Foi então que Mauricio de Sousa passou a fazer histórias de Bidu e Franjinha para a revista Zaz Traz, que reunia vários outros artistas brasileiros. Além disso, o quadrinista também ganhou uma revista própria chamada Bidu. Ele produzia, mensalmente, 32 páginas para Bidu e 8 para a Zaz Traz.

Em 1960, Bidu e Franjinha tiveram sua estreia na revista Zaz Traz, que custava 12 cruzados. As capas era feitas pelo artistas Waldyr Igayara de Souza e as histórias contavam com outros personagens como Zeca e Peteca, Penininha, Meio-Fio e Zé Caniço. A revista própria do Bidu teve seu primeiro número lançado no mesmo ano. As capas eram produzidas por Jayme Cortez.

Ambas as revistas são consideradas raridades hoje em dia!

Histórias absurdas

É curioso ver certas histórias publicadas nas duas revistas com os olhos de hoje em dia. Algumas da aventuras de Franjinha e Bidu com certeza seriam impublicáveis atualmente.

Na primeira Zaz Traz, por exemplo, uma história mostra o Bidu entregando um osso para um morador de rua. Ele, por sua vez, mergulha o osso numa água que estava fervendo, apenas para dar um gosto na sua refeição.

Em outra historinha, chamada A consciência do Bidu, o cachorrinho recebe conselhos tanto da sua consciência boa, quando da consciência ruim. No final, Bidu acaba levando vassouradas da mãe do Franjinha por ter seguido o conselho da consciência ruim e arrancado as flores do seu jardim.

Na segunda Zaz Traz, o personagem Titi faz um concurso do "cachorro mais robusto". Para ganhar, Franjinha infla o Bidu com gás hélio. Além do fato bizarro, outra curiosidade é que essa história marca a estreia do Cebolinha, personagem que inclusive dedura o plano do Franjinha no final da aventura.

Na primeira edição de Bidu, a história O Anão Lutador começa mostrando o Franjinha apanhando de um homem na rua. Quando chega em casa, ele encontra seu pai conversando com "Roberto, o Anão mais forte do mundo!". Franjinha volta para a rua acompanhado de Roberto e parte em busca do seu agressor. Ao encontrá-lo, o anão acabando batendo no próprio Franjinha para mostrar ao homem o quanto ele é forte.

Em Bidu com Soluços, Franjinha e seus amigos estão pescando e o cachorrinho está perto deles, e com soluços. Incomodados, os meninos tentam várias técnicas para parar com os soluços do Bidu. Em uma delas, o bichinho quase se afoga, como mostra um dos quadros da história.

Na terceira edição, a história Bidu, o grande! traz absurdo atrás de absurdo. Ela começa com o Bidu apanhando de um gato. Franjinha então resolve que o cachorro precisa ficar maior e mais forte! Ele então lembra do que sua mãe faz para deixar os bolos que cozinha maiores. Então, o personagem resolve bater no Bidu, jogar fermento e colocá-lo no forno! Para completar, ele deixa o cachorrinho esticado, além de colocar gás hélio no Bidu.

Republicação

Todas as histórias de Mauricio de Sousa lançadas na Zaz Traz e na revista do Bidu foram republicadas em Coleção Histórica Maurício, álbum de luxo lançado pela Panini em 2015.

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