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MULHERES SELVAGENS DOS QUADRINHOS

MULHERES SELVAGENS DOS QUADRINHOS

O machismo sempre imperou em todas as épocas na formação da raça humana. Pode ter sido atenuado mais um pouco do século XX até os nossos dias. O fato de o sexo feminino ser mais fraco fisicamente do que o masculino e a parte passiva na reprodução das espécies levou a humanidade a adotar um conceito filosófico e religioso que colocou a mulher na condição de inferioridade perante o homem. Nas histórias em quadrinhos somente da década de 60 em diante, com o pioneirismo de Stan Lee, que humanizou os heróis por ele criados e faz escola, foi que a mulher passou a ter uma quase igualdade de gênero. Nesse artigo vamos falar de algumas heroínas dos quadrinhos que se destacaram na primeira metade do século XX e que viviam nas selvas ou cidades da África e Ásia. Deixaremos de lado personagens do velho oeste como Jane Calamidade e Annie Oakley, que são personagens da vida real e sem tanta importância nos gibis.

RIMA - A Garota da Selva- Poucas pessoas conhecem essa personagem e seu nome só faz parte desse artigo por ter sido a primeira heroína selvagem. Criada em 1904 por William Henry Hudson no romance Green Mansions, conta a história de um aventureiro que explorando as selvas da antiga Guiana Inglesa e da Venezuela, encontra nossa heroína e vários fatos se desenrolam a partir daí. Na obra, a predominância masculina fica exposta. O Livro fez sucesso e teve uma adaptação para os comics na revista Classics Illustrated em 1952, mas sem expressão. A obra, no entanto, serviu como fonte de inspiração para criação de outras heroínas.

NYOKA – The Jungle Girl - Personagem criada a partir do conto “The Land of Hidden Man” de Edgar Rice Burroughs, criador de Tarzan, em 1931 e que foi adaptado para um seriado The Jungle Girl de 1941. O sucesso do seriado provocou outra versão em 1942, tendo a atriz Kay Aldrigde como interprete de Nyoka Gordon. Nas séries, nossa heroína mesmo sendo a principal protagonista, era tratada como a mocinha em apuros e que sempre necessitava de uma companhia masculina para lhe tirar dos perigos. Isso sempre foi típico dos seriados norte-americanos e que fez escola em outros países. As editoras americanas logo trataram de levar a personagem para os comics e a Fawcett Comics, ainda em 1942, lançou a versão dos quadrinhos da moça branca que morava na África e combatia todo tipo de bandidagem, contra os nativos. Claro que ela tinha companhia masculina, mas era ela que o salvava dos perigos. O êxito foi imediato e suas histórias foram publicadas regularmente até 1953, quando a Fawcett descontinuou sua publicação, por briga na justiça com a National Comics Publications. Nioka foi adquirida pela Charlton Comics e continuou sendo publicada até 1957. Desde 1987 a AC Comics detém os direitos de publicação dessa heroína e entre 1988/89, publicou cinco histórias antigas e algumas inéditas. No Brasil a revista O GURI, (Diários Associados) publicou com sucesso suas histórias nas décadas de 40 e 50. O exemplar da revista O GURI que traz na capa Nioka, numa ilha da Polinésia francesa, com um avião militar no alto jogando uma bomba nuclear sobre a ilha, é uma raridade e de um valor significante.

SHEENA, A RAINHA DAS SELVAS- Criada em por encomenda por Will Eisner e Jerry Iger, para a editora inglesa Joshua B. Power, e publicada em 1937 na revista britânica Wags é uma versão feminina de Tarzan. Deixamos propositadamente para a última parte desse artigo, porque ela foi a heroína que inspirou a criação de muitas outras, mesmo Rima tendo sido publicada bem antes, mas sem o sucesso que a Rainha das selvas fez. Ela também foi a primeira a ter revista própria nos Estados Unidos em 1938, um ano após sua publicação no Reino Unido. Numa época em que apenas heróis masculinos imperavam, o surgimento de uma moça selvagem, vestida com um traje feito de pele de leopardo e que lhe deixava as coxas, parte do seu decote e costas a mostra de maneira sexy, foi sucesso imediato nos leitores americanos. Assim como Tarzan, ela também se comunicava com os animais e era ágil no manejo de facas e de uma habilidade enorme em resistir a lutas com homens. Tudo isso numa só mulher humana e sem nenhum superpoder. Mas assim como a maioria dos seus colegas do sexo oposto, seus criadores a fizeram assexuada. Sheena não tinha namorado. Nem ficante. Considerada uma das mulheres mais sex dos quadrinhos em todos os tempos, serviu como modelo três anos depois para a criação do traje da Mulher Maravilha (Wonder Woman) que a princípio não mostraria as pernas e de outras personagens dos anos 40 e 50. No Brasil a exclusividade foi da Ebal e o sucesso foi tão grande que gerou a criação pela Editora Júpiter de uma imitação tupiniquim com o nome de “Koreme”.

Djalma Vasconcelos

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