Maurilio Manara, um dos melhores desenhistas da indústria dos quadrinhos, nasceu em 12 de setembro de 1945, em Luson, uma comuna na Itália. Na juventude, estudou arquitetura e pintura, mas decidiu seguir carreira como desenhista e ilustrador para histórias em quadrinhos. Seus trabalhos iniciais apareceram no final da década de 1960 em revistas em quadrinhos policiais, um gênero muito popular na Itália. Mas logo se destacou por seus desenhos eróticos na série Jolanda de Almaviva a partir de 1971. Seria esse o estilo principal que marcaria sua carreira.
Trabalhou em histórias infantis no início dos anos 1970, para revistas como Il Corriere dei Ragazzi e criou as séries La Parola Alla Giuria, com o roteirista Mino Milani, e Lo Scimmiotto, com Silvero Pisú, que ganhou um importante prêmio da indústria de quadrinhos italiana, o Yellow Kid. Em 1976 lançou L’Uomo delle Nevi, escrito por Alfredo Castelli, que mostrava uma expedição que se depara com o Abominável Homem das Neves.
Manara começou a conquistar o milionário mercado franco-belga no final da década, desenhando para revistas como Pilote e L’Écho des Savanes. Nesse período, a editora Larousse encomendou a ele cinco capítulos de sua série sobre a História da França.
Em 1979, Para a revista A Suivre, criou a série As Aventuras de HP e Giuseppe Bergman, sobre um personagem que vive diversas peripécias ao redor do mundo, inspirado pelo misterioso HP (uma homengagem de Manara a seu amigo, Hugo Pratt). As aventuras dos personagens ganhariam diversas edições ao longo dos anos. Na mesma época, Manara criou também o faroeste O Homem de Papel.
Na década de 1980, adotou de vez a arte erótica com a publicação das séries O Clic, sobre um controle remoto que mexe com a libido das pessoas, e O Perfume do Invisível, que mostra a criação de uma pintura corporal que deixa seu usuário invisível. Em 1983, ao lado do amigo Hugo Pratt, criou uma de sua obras mais elogiadas, Verão Índio, que tem como pano de fundo a colonização dos Estados Unidos. A parceria com Pratt retornou em 1991 com o também elogiado O Gaúcho. Já em Viagem a Tulum, teve a oportunidade de trabalhar com outro de seus heróis, o cineasta Federico Fellini, em uma aventura quase surreal. Um dos trabalhos no qual mais exercitou o erotismo de sua arte surgiu em 1997, em Kamasutra, que mostra as aventuras de um grupo de jovens às voltas com sequestradores, piratas e entidades místicas.
Entre 2004 e 2008, uniu-se ao roteirista Alejandro Jodorowsky para Bórgia, a história repleta de sexo e violência de uma das famílias mais poderosas da história italiana. Em 2004 também foi lançado um de seus raros trabalhos para o mercado norte-americano: uma história sobre a personagem Desejo, no álbum Sandman: Noites sem Fim, de Neil Gaiman. Em 2009, junto a Chris Claremont, um dos roteiristas mais importantes dos X-Men, lançou o álbum X-Women, com uma aventura da ala feminina do grupo de heróis mutantes. Nos últimos anos, vinha criando uma série de capas alternativas para diversos títulos da Marvel Comics, mas após uma polêmica recente envolvendo uma capa para a nova revista da Mulher-Aranha – a capa foi considerada sexista e inadequada a uma revista que busca atrair o público feminino –, a Marvel anunciou que não deve mais usar seus trabalhos com tanta constância. Mas os fãs do melhor desenhista da figura feminina nos quadrinhos continuarão a ver seus trabalhos em outros projetos para o mercado europeu nos próximos anos. (Maurício Muniz)
Autores - Milo Manara
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