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 Entenda a treta Alan Moore Vs. Dc por conta de Watchmen

Entenda a treta Alan Moore Vs. Dc por conta de Watchmen

O canal americano HBO estreou recentemente a série de Watchmen, produção que busca dar continuidade ao quadrinho de Alan Moore e Dave Gibbons, um dos maiores clássicos das HQs de todos os tempos e uma das obras mais revolucionárias da mídia. Porém, o fato de Moore não ser creditado na adaptação chamou atenção de alguns fãs. Afinal, o que aconteceu?

O quadrinista britânico possui uma longa história de vários problemas com as grandes editoras americanas Marvel e DC. Tratando-se de Watchmen, obra que começou a ser lançada em junho de 1986 e terminou em outubro de 1987, uma "brecha de contrato" fez com que Moore rompesse com a editora de Superman e Batman. Em entrevista para o The New York Times, em 2006, o autor declarou: "Você conseguiu me enganar com sucesso, e por isso nunca voltarei a trabalhar para você", referindo-se ao fim da sua relação com a editora.

Os direitos de Watchmen permaneceriam com a DC Comics enquanto o quadrinho estivesse impresso e disponível para venda. Quando acabasse a tiragem, após um ano os direitos voltariam para Moore e Gibbons. Porém, a HQ foi um sucesso estrondoso e acabou sendo republicada várias vezes, permanecendo em catálogo até os dias de hoje. Ainda na mesma entrevista para o The New York Times, Moore reforçou sua indignação ao relembrar o caso: "Não quero mais nada com esses trabalhos porque foram roubados de mim".

Outro fator que contribuiu para a treta Alan Moore Vs. DC envolveu todo o merchandising de Watchmen. Quando o quadrinho começou a ser publicado, a editora passou e vender bottons dos personagens e da famosa "smiling face" tão característica da HQ. O problema era que os autores não sabiam da produção desses produtos e nem ao menos recebiam pelas vendas. A DC alegou que o merchandising servia apenas para divulgar a obra, mas Moore não era bobo e a relação foi abalada.

No período de lançamento do filme de Watchmen (2009), dirigido por Zack Snyder, Alan Moore disse: “Mais uma vez somos tratados como passarinhos recém saídos do ovo, olhando para cima, de boca aberta, esperando que Hollywood continue nos alimentando com minhocas regurgitadas”. Anos antes, em entrevista para o Entertainment Weekly, o autor já havia declarado: "Meu livro é uma história em quadrinhos. Não um filme, nem um romance. Uma história em quadrinhos. Foi feito de uma certa maneira e projetado para ser lido de uma certa maneira".

Em 2012, a DC lançou o polêmico projeto Antes de Watchmen recebendo aval de Dave Gibbons. Moore, por sua vez, declarou que recusou US$ 2 milhões da editora para dar benção ao projeto. Sobrou até mesmo para os leitores que ficaram curiosos e leram as novas histórias dos personagens de Watchmen: "Se você é um leitor que só quer ver seus personagens prediletos eternamente à sua disposição e não dá a mínima para quem os criou, provavelmente você não é o leitor que eu quero. Tenho um respeito imenso pelo meu público. Sempre que encontro estas pessoas, presumo que seja gente inteligente, com escrúpulos. Mas quem quiser comprar esses prelúdios de Watchmen estará me fazendo um grande favor se parar de comprar minhas outras obras", declarou Alan Moore em entrevista para o Seraphemera Books.

Agora, em 2019, o criador da série Damon Lindelof comentou que a má vontade de Alan Moore com a produção foi tamanha que ele tinha certeza que o autor inglês havia usado seus "poderes de mago" contra ele. “Isso me faz acordar de noite, mas muito menos agora que está pronto. Estou prestes a dizer algo muito ridículo, mas com toda sinceridade, eu estava absolutamente convencido de que Alan [Moore] havia jogado uma maldição sobre mim".

Publicação no Brasil:

No Brasil, Watchmen foi publicado pela primeira vez em seis edições, entre 1988 e 1989, pela Editora Abril. Em 1989, a Abril relançou a obra em uma edição encadernada. Dez anos depois, a editora relançou o quadrinho de Moore e Gibbons em doze edições.

Entre 2005 e 2006, a Via Lettera lançou Watchmen em quatro volumes. Em 2009, a Panini publicou uma edição especial em dois volumes. No mesmo ano, foi publicada a edição definitiva em capa dura, que ganhou republicações em 2011 e 2017.

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