Tom King é um dos principais roteiristas de quadrinhos da atualidade. O norte-americano nasceu em 1978 e estagiou nos anos 90 na DC Comics e na Marvel, sendo inclusive assistente de Chris Claremont durante o fim da histórica fase do autor escrevendo X-Men. Após o 11 de setembro, King entrou para a CIA, onde passou sete anos no departamento de operações contraterrorismo.

O autor começou a ter seu nome reconhecido a partir do lançamento de A Once Crowded Sky, obra ilustrada por Tom Flower. A HQ, publicada pela Touchstone em 2012, conta a história de super-heróis da cidade Arcadia que perderam seus poderes após um evento apocalíptico e precisam lidar com a vida mundana.

Após participações na produção de revistas como Grayson, Asa Noturna e Omega Men, o autor lançou O Xerife da Babilônia pela Vertigo. A série, que teve início em 2015 e foi aclamada pela crítica, conta a história de uma investigação comandada por Christopher Henry, ex-policial contratado pelo exército americano para treinar a nova força policial iraquiana pós-Saddam Hussein.

Outra passo ousado do quadrinista se deu em Visão, minissérie que apresenta uma trama em que o personagem da Marvel constrói uma família para si e decide viver uma vida de classe média. Tom King elabora uma história com vários questionamentos existenciais do protagonista, que deseja apenas ser considerado um "humano de verdade".

Em 2016, a revista Batman caiu nas mãos de roteirista. King escreve a mensal do Homem-Morcego até o fim de 2019 e terá sido responsável por 85 edições do campeão de vendas da DC Comics. Durante essa fase, o roteirista abordou temas pesados como depressão em Eu Sou Suicida e mostrou uma faceta oculta, aumentando a complexidade do personagem, em A Guerra das Piadas e das Charadas.

Ainda pela DC, um das obras mais celebradas do autor é sua releitura do Senhor Milagre. Tom King conta mais uma vez com os desenhos de Mitch Gerads (Xerife da Babilônia) para trazer uma história com dramas humanos em meio a ficção científica presentes no universo do clássico personagem de Jack Kirby. O enquadramento da obra é um dos fatores que chama atenção, contendo páginas com nove quadros iguais, estratégia narrativa usada, por exemplo, em Watchmen.

A mais recente crise do universo DC foi comanda por Tom King. Heróis em Crise, iniciada em 2018, conta uma história de mistério sobre o ataque ao Santuário, uma espécie de centro de reabilitação para super-herois que sofrem de problemas de saúde mental causados por eventos que ocorreram na terra. A obra faz paralelo com diversas questões importantes vividas pela sociedade norte-americana.

Tom King permanece colecionando prêmios. Já foram quatro estatuetas do Eisner Awards entre 2017 e 2019, como Melhor História (Good Boy" - Batman Annual #1) em 2017, Melhor Minissérie (Visão) no mesmo ano, Melhor Escritor (Senhor Milagre, Batman Annual #2 e Batman/Elmer Fudd Special #1) em 2018 e também Melhor Escritor (Senhor Milagre, Heróis em Crise e Monstro do Pântano - Especial de Inverno) em 2019.