Conhecido como “o Walt Disney do Japão”, o autor de mangás e animes, Osamu Tezuka, nasceu na cidade de Toyonaka, distrito de Osaka, em 3 de novembro de 1928. Considerado uns dos mais influentes autores do ramo, Tezuka teve parte da infância e adolescência marcadas pelos horrores da Segunda Guerra Mundial. Curiosamente, ele cresceu assistindo a desenhos produzidos nos Estados Unidos (inimigos do Japão na guerra), que o pai exibia em casa. Bambi, de Walt Disney, foi um de seus filmes favoritos por toda a vida. Na juventude, ficou dividido entre seguir uma carreira como médico ou tornar-se um autor de mangás. Apesar de ter se formado em medicina, a paixão pelas histórias em quadrinhos venceu.
Em 1946, Tezuka lançou seu primeiro trabalho profissional com a série Ma-chan no Nikkichou, uma tira de jornal. Em 1947 lançou Shin Takarajima, um mangá com estrutura e desenhos dinâmicos que misturava a linguagem dos quadrinhos à do cinema. Nos anos seguintes, publicou outras obras que tornarem-se clássicos e influenciaram gerações de autores, como Metrópolis (1949), sobre as aventuras de um detetive em uma cidade do futuro; Kimba, o Leão Branco (1950), que acompanha as aventuras de um jovem leão para tornar-se rei da floresta após a morte de seu pai; Astro Boy (1952). um menino-robô que aprende a entender o mundo em suas aventuras; A Princesa e o Cavaleiro (1953), que acompanhava as confusões e problemas da Princesa Safiri, que finge ser um menino para manter-se como herdeiro do trono de seu reino; e Pássaro de Fogo (1956), sobre a busca do homem pela imortalidade. Todas essas séries tiveram longa publicação no Japão.
Em 1963, Tezuka se tornou produtor de animes com uma versão para a TV de Astro Boy. Tornar-se produtor de animações era um sonho antigo e ele abriu seu próprio estúdio, a Mushi Productions para a realização de seus projetos. Astro Boy foi um enorme sucesso no Japão e tornou-se o primeiro anime a ser exportado para exibição nos Estados Unidos. Em 1965, Kimba chegou à TV e, em 1967, foi a vez de A Princesa e o Cavaleiro. Ambos também conseguiram grande sucesso e foram vendidos para vários países, inclusive o Brasil.
Outras famosas séries em mangás foram produzidas por Tezuka e muitas delas ganharam versões para a TV, como Dororo (1967), sobre um menino amaldiçoado que enfrenta demônios que desejam partes de seu corpo; Buddha (1972), uma versão em quadrinhos da vida do fundador do budismo; Black Jack (1973), que acompanha os casos de um médico egoísta; e Don Drácula (1979), que explora as divertidas confusões de um vampiro no século 20.
Mas esta é apenas uma pequena amostra do trabalho de Tezuka. No total, ele criou mais de 700 séries de mangá e há mais de 100 produções para TV e cinema baseadas em suas criações. O mais influente autor de mangás da história do Japão faleceu em 1989, vítima de câncer no estômago, mas deixou um legado eterno.