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HERÓIS DOS QUADRINHOS MILITARES

HERÓIS DOS QUADRINHOS MILITARES

As historias em quadrinhos começaram a ter uma explosão de vendas nos Estados Unidos e de lá para o mundo a partir de 1936. A segunda guerra mundial contribuiu para seu ápice nos períodos pré, durante e pós-conflito até metade dos anos 50. Foi usada como elemento para propaganda americana e ajudar no moral das tropas que combatiam tanto o nazi-fascismo, como os japoneses no oceano Pacífico. Não vamos comentar aqui sobre personagem de desenhos animados tipo Popeye ou Recruta Zero, pois esses terão artigo próprio brevemente. A política norte-americana desse período incentivou e até se aproveitou do sucesso desses heróis militares, vendendo bónus de guerra com o apelo publicitário dos mesmos. Anos depois, na era do macarthismo, os Comics foram duramente perseguidos, sob a alegação que contribuía para a degeneração da juventude americana. O Brasil não ficou imune a essa caça as bruxas, pois a censura desde a era Vargas foi grande e somente graças ao empenho de empresários como Adolfo Aizen, Assis Chateaubriand e Roberto Marinho, os nossos gibis tiveram êxito.

Capitão América - Vamos falar muito pouco sobre essa lenda das HQs, pois ela terá artigo próprio com informações de bastidores, que quase ninguém publicou. O interessante é que Steve Rogers não foi aprovado no exército americano para ser recruta, devido seu porte físico, mas depois que recebeu a Super fórmula, foi alçado a patente de Capitão sem passar por nenhuma academia militar. Mas nas HQs tudo é possível.

Capitão Meia Noite – (Captain Midnight)- Criado em 1940, por Robert M. Burtt e Wilfred G. Moore, sob licença da Ovaltine, para um programa de rádio, teve rápido sucesso e foi alçado através da Fawcett Comics para os quadrinhos. No Brasil sua publicação foi na revista Gibi Mensal. Aqui, esse personagem nunca foi bem aceito pelo público e mesmo anos depois tendo seu nome mudado por questões legais com a Ovaltine para Jet Jackson, continuou sem público ao contrario do Capitão América. Talvez tenha sido o único herói a ter seu nome mudado três vezes. Na ultima, foi “promovido” a Major Meia Noite, sem, contudo, voltar a ter público como no início dos anos 40. Esse herói aviador não dispunha de Superpoderes, mas era um exímio piloto de caça e tinha sob seu traje uma espécie de planador que dava a impressão de voar. Sua revista foi descontinuada, porém os exemplares dela nos Estados Unidos são muito valorizados.

Don Winslow of The Navy – (Don Winslow no Brasil). Personagem criado pelo Comandante Frank V. Martinek, para as histórias em quadrinhos, teve adaptação para um seriado da Universal Pictures e estreou nos cinemas em janeiro de 1942, menos de um mês após o ataque japonês a Base de Pearl Habour. Esse herói da marinha norte-americana era oficial da contra espionagem e combatia inimigos japoneses nas ilhas do Pacífico sul e até alemãs no lado Atlântico. Como ele fazia isso só na imaginação dos roteiristas das suas histórias. Sempre acompanhado do seu ajudante Red Pennington, que muitas vezes o salvava de enrascadas mortais. Sua publicação no Brasil foi pela revista O GURI e seu sucesso relativo se deu até 1952. Os filmes da série, não tem nada a ver com os roteiros das histórias dos Gibis, pois no cinema ele tinha duas mulheres como assistentes e nos quadrinhos, o herói era absolutamente casado com a marinha. Sobre os ajudantes dos heróis vamos comentar em outro artigo.

Falcão Negro - Falcões Negros – (Blackhawk). Criado por Red Crandall, Chuck Cuidera, Bob Powel e Will Eisner em 1941 e publicada pela Quality Comics, (hoje DC Comics) esse time de heróis foi o primeiro grupo de personagens em quadrinhos, cujos membros eram da diversos países. Com a invasão da Polônia pela Alemanha nazista em 01/09/1939, o mundo ficou perplexo com o sofrimento do povo polonês e talvez por isso, os autores desse grupo de aviadores tenham originalmente criado seu líder como sendo polonês, ao invés de Americano. Os sete aventureiros combatentes do nazismo eram: Falcão Negro cujo nome original era Janos Prohaska, Polonês, (o nacionalismo americano logo depois do sucesso do grupo fez seus autores mudarem para Bart Hawk e anos depois voltou ao original), Olaf Friedricksen – Norueguês, Hans (Ritter) Hendrickson- Holandês, Stanislav, ou Estalislau Drodozdowski –Polonês, Carlos “Chuck” Sirianni- Americano do Texas, André Blanc-Dumont – Francês e Chop-Chop – Weng Chang, que era chinês. Com relação a esse último, ele foi introduzido como o cozinheiro atrapalhado do grupo, mas fez tanto sucesso que foi promovido a piloto, junto com os outros falcões. Houve debates sobre preconceito racial com um herói de origem chinesa e dentuço, que trocava as letras e do porque dele ser empregado dos heróis. Chop Chop, teve histórias solo numa época em que a China ainda estava dividida e também depois da vitória de Mao Tse Tung e seu comunismo. O toque feminino era por conta de Zinda Blake (Lady Falcão Negro) de origem desconhecida, mas pelo sobrenome, acredita-se ser americana. Os Falcões, como esquadrão de guerra, merece um estudo mais aprofundado.

Exceto os Estados Unidos, todos os países de origem dos heróis estavam sob domínio nazista, portanto, justificando o senso de luta pela liberdade desse grupo. A EBAL foi a editora que deteve os direitos de publicação dessa turma no Brasil e até os anos 60 tinha publico cativo. A DC Comics nas décadas seguintes ainda fez publicações desses heróis que deixaram saudade, mas o inimigo era outro, assim como o tempo.

Djalma Vasconcelos

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